Resolver um problema da comunidade e ter lucro é o que se propõe um empreendedor social. É o caso da Pupa, empresa de São Paulo que vende cursos para pais e cuidadores de crianças até seis anos, mas cobra preços mais baixos em comunidades carentes.
Ou da Descarte Correto, de Manaus, que faz coleta de lixo tecnológico e, depois de desmontá-lo, envia a empresas de reciclagem ou transforma em novos equipamentos para centros de inclusão digital e cursos profissionalizantes. Há ainda o Projeto Vivenda, de São Paulo, que vende kits de reforma para casas em favelas.
Com o foco em promover uma mudança social, em geral, esses negócios são voltados a pessoas de baixa renda. O principal desafio é fazer o negócio girar com os próprios ganhos, segundo Michelle Fidelholc, coordenadora da Ashoka Brasil, que apoia empreendedores sociais.
"Mas depois que ele ganha escala, a tendência é que se torne sustentável financeiramente, pois ganha no volume de vendas", diz. Assim, quanto mais pessoas atenderem, maior é o lucro.
Há empresas que cobram mais daqueles que podem pagar e menos de quem não tem dinheiro. Outra opção é fornecer uma versão básica de graça e cobrar por uma versão mais "caprichada" do produto.
Veja dicas de Fidelholc e Isabela Carvalho, também coordenadora da Ashoka Brasil:
1. IDENTIFIQUE O PROBLEMA E ENCONTRE UMA SOLUÇÃO
Beto Macário/UOL
Encontre o problema que deseja trabalhar e analise os componentes que levam a ele. Saber o que deve ser "combatido" ajuda a estabelecer uma estratégia de ação, para se criar um produto ou serviço.
2. COLOQUE-SE NO LUGAR DO SEU PÚBLICO
Arquivo Agência Brasil
Conheça o público que vai ser beneficiado com a solução pretendida e coloque-se no lugar dele. Não basta ter uma ideia distante de quem irá usufrui-la, é preciso ir além do superficial. O conhecimento popular é muito valioso e, às vezes, a solução pode ser uma adaptação do que já está sendo feito, aliado a conhecimentos de quem está de fora. O mais importante é ter apoio e colher as impressões do público beneficiário.
3. ELABORE UM PROJETO BEM DEFINIDO
Thinkstock
Desenhe um projeto que inclua objetivos, plano de sustentabilidade financeira, ações objetivas como lançamento de produtos, número de pessoas envolvidas na iniciativa e indicadores de impacto.
4. DEFINA O MODELO DE REMUNERAÇÃO
Getty Images/iStockphoto
É possível receber patrocínios, mas o ideal é não ficar dependente de uma única fonte de recursos. É possível faturar com a venda de produtos e serviços, mas cobrar mais barato de pessoas carentes ou oferecer uma versão básica de graça e cobrar por uma mais completa. A tendência é se tornar sustentável financeiramente quando passar a atender um grande volume de pessoas.
5. ENVOLVA OS BENEFICIÁRIOS
Thinkstock
Apresente seu projeto e convide os beneficiários para participar. Eles devem ser vistos como grandes fontes de informação e devem ser parte inerente das ações que estarão em andamento.
6. TIRE A IDEIA DO PAPEL
Arte/UOL
A captação de recursos é uma das áreas mais complicadas, caso o empreendedor não tenha capital próprio para investir no começo do negócio. Algumas maneiras de financiar projetos são editais, parcerias com empresas e governos, financiamento coletivo e até outras redes que já trabalhem na área. Quando se trata de impacto social, colaboração é mais efetiva do que competição.
7. SEJA VISTO
Getty Images
Uma comunicação bem estruturada pode gerar visibilidade para o projeto e atrair parceiros, voluntários, colaboradores e inspirar pessoas a desenvolver projetos que se aliem ao seu. Quanto maior o impacto de um projeto e mais pessoas envolvidas, maiores as chances de ganhar atenção de grandes empresas e do governo para futuras parcerias.
8. OUÇA SEU PÚBLICO
Getty Images
No fim de cada ação, recolha sugestões e impressões de todos os envolvidos. Analise esses resultados, compare com os objetivos iniciais do projeto e veja o que pode ser melhorado.
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