Aldo Rebelo, criticou as declarações dfeitas pelo secretário-feral da Fifa, Jérôme Valcke (Foto: José Cruz/ABr)
O ministro do Esporte, Aldo Rebelo, anunciou neste sábado (3) que o Governo brasileiro "não aceita mais" como interlocutor Jérôme Valcke, secretário-geral da Fifa, depois que ele afirmou que o país precisa "de um pontapé no traseiro" para acelerar as obras necessárias para a Copa do Mundo de 2014.
"São expressões impróprias para tratar das relações entre essa entidade e um país" e "dadas as palavras usadas", que classificou como "ofensivas" e "inaceitáveis", o Brasil comunicará a Fifa que não aceita Valcke como "interlocutor", disse Rebelo em entrevista coletiva.
Na sexta-feira (2), Valcke criticou a demora das obras de estádios e infraestrutura e do Congresso Nacional em aprovar a lei que regulará o próximo mundial. Segundo ele, o Brasil está mais preocupado em ganhar a Copa do que organizá-la. Criticou a malha hoteleira, que diz ser insuficiente para receber todos os turistas atraídos pelo mundial, e disse que alguns estádios, como a Arena dfa Fonte Nova, em Salvador, são de difícil acesso.
O ministro Rabelo sustentou que, "em conflito com as observações da própria Fifa, o secretário-geral fez uma avaliação que não corresponde aos fatos nem a realidade" e que "dificulta" o "ambiente de cooperação existente" entre o Governo e a entidade.
Rebelo ofereceu alguns detalhes sobre o andamento das obras nos estádios das cidades de Belo Horizonte, Brasília, Cuiabá, Curitiba, Fortaleza, Manaus, Natal, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo, as subsedes do evento. Ele disse que em mais da metade dos casos as obras estão 50% concluídas e serão entregues no prazo previsto, reconheceu, porém, atrasos significativos somente em Natal, no Rio Grande do Norte, onde o percentual da obra do estádio está em 17%. Garantiu, no entanto, que a situação será superada e ressaltou que "em todos os países" que organizaram mundiais ou eventos similares, entre os quais citou a Eurocopa, ocorreram episódios similares.
Sobre a demora no Congresso Nacional, que ainda não aprovou a Lei Geral da Copa e que segundo Valcke teria de ter sido sancionada em 2007, Rebelo reiterou que o Governo está "empenhado" em concluir o trâmite. O ministro garantiu que "os compromissos assumidos serão honrados" e apontou que, a partir de seu ponto de vista, a lei será aprovada "dentro do prazo razoável".
Valcke tinha previsto visitar o Brasil para verificar o estado das obras ainda em março, mas Rebelo disse que pedirá ao presidente da Fifa, Joseph Blatter, que nomeie outra pessoa, pois o secretário-geral "já não é reconhecido como interlocutor".
Apesar do mal-estar gerado pelas declarações de Valcke, Rebelo declarou que o Brasil "seguirá mantendo uma relação harmoniosa e respeitosa" com a Fifa, cujos representantes "sempre foram recebidos no país de forma "cordial, respeitosa e cuidadosa".
Entre os quais citou que o país "é o único presente em todos os mundiais, venceu cinco edições, contribuiu à universalização do futebol e ofereceu ao mundo o maior número de jogadores e artistas deste esporte".
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