sábado, 15 de outubro de 2011

"Esse é o passaporte do futuro: educação, ciência e tecnologia"

Em entrevista ao programa Bom Dia Ministro desta sexta-feira (14), o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Aloizio Mercadante, falou sobre a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, o programa Ciência Sem Fronteiras e a cultura de inovação no Brasil. Leia abaixo trechos da entrevista, editada pelo Em Questão.
Crescimento econômico
Se quisermos continuar avançando no ranking das nações, com distribuição de renda, é preciso continuar investindo na educação. Esse é o passaporte do futuro: educação, ciência e tecnologia. O governo fez um esforço muito grande, ampliando a rede de pós-graduação no Brasil todo. Por exemplo, a região Norte tinha apenas 19 cursos de doutorado, em 2002. Hoje, tem 40, numa região que ainda tem carência de fixação de profissionais com essa qualificação.
Mudança climática
O tema deste ano da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia é “Mudança climática, desastres naturais e a prevenção ao risco”. Queremos envolver a juventude, especialmente as escolas, nesse trabalho de compreender que o clima está se alterando, que os extremos climáticos estão se agravando. No caso do Brasil, 58% dos nossos desastres naturais são inundações e 11% são deslizamentos de terra decorrentes das chuvas fortes.
Centro de Alerta
Um concurso público vai selecionar meteorologistas, hidrólogos e especialistas em desastres naturais para Centro Nacional de Alerta e Monitoramento Contra Desastres Naturais. Eles vão ficar 24 horas por dia, todos os dias do ano, analisando as imagens dos satélites e dos radares meteorológicos, as informações dos hidrômetros, pluviômetros, que medem as chuvas e os rios, para disparar o alerta para todo o Brasil, inclusive com sirenes nas áreas mais críticas.
Tupã
O nosso Centro Nacional tem um supercomputador, o Tupã, um dos maiores do mundo na área de clima. O centro vai fazer o alerta, orientar os meios de comunicação e a Defesa Civil. O alerta funciona principalmente para a inundação. Por exemplo, neste ano choveu, em Santa Catarina, um volume semelhante a 2008. A nossa previsão de chuvas foi exatamente o que Aconteceu. Desta vez, três pessoas faleceram. Em 2008, foram 197 pessoas.
Ciência Sem Fronteiras
Já temos uma pré-seleção de quatro mil estudantes, que tiraram mais de 600 pontos no Enem, ganharam medalha nas olimpíadas de matemática ou de ciência, ou participam dos programas de iniciação científica nas áreas de engenharias, tecnológicas e ciência básica (física, química, biologia e matemática). Estamos fazendo convênios com as melhores universidades do mundo. Também há um foco muito grande no doutorado, nessas áreas estratégicas, e no pós-doutorado.
100 mil bolsas
O orçamento do governo federal tem R$ 3,2 bilhões destinados as 75 mil bolsas, fora os recursos que a Capes e o CNPq já tinham para a bolsa de estudos. Trabalhamos intensamente para que as empresas ofereçam outras 25 mil bolsas e estamos muito próximos de atingir esse nível.
Ciência internacional
O Brasil tem excelentes universidades, reconhecidas internacionalmente. Por exemplo, o Instituto de Matemática Pura e Aplicada (Impa), é o quinto centro de matemática do mundo. O Brasil, hoje, já é o décimo terceiro país em termos de produção científica. A matemática, a física, a química, a biologia, são as mesmas no mundo. Quanto mais a gente troca e investe na formação, mais rápido vamos chegar em direção à sociedade do conhecimento.
Inovação
As empresas brasileiras investem pouco em pesquisa, desenvolvimento e inovação, quando comparadas com as das principais economias desenvolvidas. Se você pegar países como Coreia, Estados Unidos, Japão e Alemanha, dois terços do investimento em pesquisa e desenvolvimento vêm da iniciativa privada. No Brasil, menos da metade. Temos muita coisa a fazer, ainda, no setor privado.
Mudança
Neste ano, triplicamos os recursos para crédito da Finep. Estamos chegando a R$ 5 bilhões. E muitas empresas estão aderindo ao Ciência Sem Fronteiras, exatamente sabendo que o melhor patrimônio são os recursos humanos, seus pesquisadores, a sua capacidade de inovar, porque a economia mundial é cada vez mais competitiva e exigente.
O programa é transmitido ao vivo pela TV NBR e pode ser acompanhado na página da Secretaria de Imprensa da Presidência da República.
(www.imprensa.planalto.gov.br)

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